Vocês acalmem-me que ainda se me tremem as pernas

Eu sabia que não devia ter feito 27 anos. Toda a gente me dizia "olha que a partir dos 27 a memória já não é a mesma, o corpo já não é o mesmo, o cérebro já não é o mesmo". Mas eu ainda assim lá tive que fazer 27, sempre na esperança disto ser mito urbano, algo que as mulheres mais velhas diziam porque no fundo queriam era ter 27, e passei uns meses feliz, sem notar alterações profundas, a pensar "eles enganaram-se, deve ser aos 37". Mas não.

Acabei de enviar um email que supostamente era para uma colega, por engano, para o meu chefe. E de quem é que falava no email, de quem? Do meu chefe! E naqueles segundos entre ele me chamar e perguntar "que email é este?" e eu lembrar-me o que tinha escrito no mail (se era mau, muito mau, péssimo ou motivo para despedimento) eu juro que tive um mini ataque cardíaco, uma dormência no braço esquerdo, um micro ataque de pânico. Toda eu era vermelha, toda eu era gaga, toda eu era "e agora? Caio para o chão e finjo-me de morta? Simulo um ataque de loucura? Levanto-me e grito "olha ali a Heidi Klum" e fujo a correr?". Até que me lembrei que só dizia "não sei porque o XXX manda isto para mim :|". Mas as três rugas e os 5 cabelos brancos que ganhei à custa desta brincadeira já ninguém mos tira. Estas coisas não me aconteciam dantes. Malditos 27!