Mas essas crianças não vão sofrer por causa das outras crianças?
Não necessariamente. Mas pode acontecer, claro, que as crianças tendem a ser muito mazinhas umas para as outras. Como também podem vir a sofrer devido a gozos por parte dos pares as crianças gordas, as crianças muito magras, as crianças com óculos, com aparelho, as crianças com roupas gastas, com penteados feios, que não sabem andar de bicicleta.... Há uma série de motivos pelos quais as crianças gozam outras crianças e cabe aos pais/mães e à própria criança desenvolver nela sentimentos de autoestima e autoconfiança suficientes para não se deixar ir abaixo por esses comentários.
Li recentemente um estudo na Times (não consegui encontrá-lo para pôr aqui o link) que o que as crianças querem de um pai/mãe é apenas e só que eles "enjoy spending time with me", para citar o artigo. Todas as crianças referiram que não se importam que os pais trabalhem e que estejam pouco tempo com eles, querem é que o tempo que passem com eles seja de qualidade. E isso têm muito mais probabilidade de terem com um casal do mesmo sexo do que num orfanato ou instituição de caridade, por melhor que eles sejam.
É melhor para uma criança ter pai e mãe a morar juntos, super felizes e apaixonados? É, claro, e eu que tive/tenho isso tudo sei o quanto é bom. Mas também seria ideal para uma criança que não houvesse pais solteiros, que não houvesse pais divorciados, que não houvesse pais que tentam pôr os filhos contra as mães e vice-versa, que não houvesse pais violentos, pais alcoólicos, pais que traem, pais que trabalham até tarde, pais que são obrigados a emigrar para conseguir pôr comida na mesa. O que as crianças querem é que gostem delas, que gostem de estar com elas e que os pais sejam felizes. O resto, para elas, não interessa para nada.
6 comentários:
Com franqueza, e apesar de ser completamente a favor do casamento, na questão da adopção não consigo ter opinião convicta. E acho que se anda a ver este problema da forma errada, vou tentar resumir.
- A adopção é um direito da criança, e não dos adoptantes. Assim sendo, é errado dizer que se é favor da adopção por parte de casais homossexuais. Eles não têm que ter esse direito; a criança é que tem o direito a ser adoptada para se desenvolver num espaço familiar que seja relevante para a sua formação.
- Se um casal homossexual pode fornecer a uma criança tal espaço familiar gratificante? Não sei. Acho que só caso a caso se pode fazer essa avaliação, tal como nos casos de casais (ou singulares) adoptantes heterossexuais.
-Por outro lado, faltam estudos sérios sobre a questão. Ou então sou eu que não os conheço. A opinião das crianças, colhida numa sondagem que, às tantas, nem tem uma amostragem fidedigna, não é muito fiável...
Por tudo isto, admito a minha ignorância: não sei, não sei o que é melhor para a criança. O que sei é que não se pode fazer a escolha entre estar num orfanato ou ser adoptada seja lá por quem for. Não há famílias perfeitas, é certo, mas colocar uma criança para adopção junto de casal que pode ser o errado (hetero ou homo) não deve ser solução, nunca.
E é complicado generalizar, isso é.
I., concordo com tudo. Eu não acho que tooodos os casais homossexuais devem poder adoptar, tal como não acho que tooodos os casais hetero devem poder adoptar. Acho sim, que devem ter esse direito. E depois serem analisados, como qualquer casal/pessoa até agora, para ver se reunem ou não as capacidades para proporcionar o bem-estar da criança.
Olá Kiss...
Antes de me pronunciar queria deixar-te os parabéns pelo Blog, já acompanho há alguns anos, e apesar de raramente intervir gosto bastante do que leio, seja por ser divertido, pertinente, ou apenas factos curiosos...
Neste caso sou obrigado a concordar contigo...
Conheço algumas pessoas que foram adoptadas, outras que ainda se encontram em lares de acolhimento à espera de adopção, e nenhuma dessas pessoas/crianças demonstrou ter o afecto que seria desejável para uma criança crescer saudável e alegre.
Neste caso tenho que reforçar o que dizes... há casais que simplesmente não deviam adoptar, sejam eles hetero ou homo, e o facto de as crianças poderem ser gozadas pelas outras crianças é verdade... mas isso é um reflexo da sociedade, se fosse liberalizado o casamento, se deixasse de ser conotado como uma coisa negativa, acredito que também esse problema deixaria de se por...
E para além disso como a Kiss já disse acho que as crianças ficariam mais afectadas caso tivessem uma familia que não tivesse tempo útil com as elas...
Beijos e Abraços e continua a escrever...
Se calhar é preferivel deixar as crianças serem adoptadas por casais de sexo diferente e que despois o vão devolver porque o cão da casa não gostou de ter de dividir a atenção. E entre o cão e a criança, fica o cão. O que as crianças precisam é de carinho e quem é que diz que um casal de pessoas do mesmo sexo não o podem dar tal como todos os outros casais?
Tenho só que concordar com o Timido, quando diz que o facto de as crianças poderem ser apontadas é um reflexo da sociedade! Se o casamento fosse legal e se não se apontasse tanto o dedo às pessoas, as crianças não agiriam dessa forma. Porque as crianças agem de acordo com aquilo que vêem no meio que as rodeia!
Por outro lado ponho-me a pensar: mas que sociedade é esta em que vivemos, onde as pessoas gostam de dizer que andam a 200Km/h (quando o limite de velocidade é 120km/h), porque gostam de mostrar que são bons e não têem medo de cometer actos ilegais e que põem em risco a sua vida e a dos outros, mas depois se há um casal que se ama e quer casar, só porque é homossexual, já não pode? É numa sociedade assim que queremos viver? Ainda bem que há pessoas que falam abertamente destes temas e que ajudam a que comecem a ser temas naturais e deixem de ser assunto de conversas!
Obrigada pelo teu blog!
As crianças querem é ser amadas inependetemente da fonte do amor.
As crianças quando são felize e amadas tornam-se fortes e capazes de combater qualquer crueldade.
Nem coloco em causa a questão da adopção, seja ela por pessoas do mesmo sexo, pretos, brancos, mancos... WTV..
Desde que haja amor.. porque não?
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