Cena (que poderia ter sido) à filme (mas não foi) #1
Visto que aqui o estaminé está prestes a completar 400 000 visitinhas, começo esta rubrica de partilhar convosco cenas que me aconteceram/vão acontecendo, que têm tudo para ser uma grande cena de filme, mas que como isto é a vida real, foram apenas episódios engraçados, românticos, aventureiros, etc., que acabaram da maneira mais normal possível.
Na noite de passagem de ano 2008/2009 que, como quem acompanha o blog sabe, passei em NY, estava eu com duas amigas e um amigo no metro a caminho do hotel às 5h da manhã (o resto do pessoal tinha ficado entretido na disco), eu de minivestido e altas sandálias num frio de -14ºC, a comer um chocolate oferecido por uma das minhas amigas e ouço uma pessoa dizer constantemente "is this stop Penn Station?", "is the next stop Penn Station? Are there restaurants there? I'm starving". Eu, curiosa, olhei para cima e o gajo era um gato (ou foi o que me pareceu, que na América uma pessoa pede um whisky cola e vem um copo cheio de whisky com uma pinga de cola e era bar aberto, agora pensem). Sem qualquer tipo de problema apontei-lhe o chocolate e perguntei "do you want some?". Ele aceitou e ficamos ali a olharmo-nos uns segundos. A minha amiga, que estava ao pé dele (e no mesmo estado "alegre" que eu) começa a meter conversa "she's my friend!!! I gave her that chocolate" ao que ele (suspeito que também tinha bebido uns quantos copos) responde "she's gorgeous". Quando chegaram finalmente a Penn Station ele solta um suspiro, um "I don't want to leave", beija-me a mão e vai-se embora.
Ora, isto num filme seria palco para eu me colar ao vidro embaciado do metro e escrever lá o meu número ou ele ir a correr atrás do metro ou eu sair na estação seguinte e voltar a Penn Station à procura dele ou de o encontrar em plena Times Square e ficarmos os dois em câmara lenta enquanto tudo à volta se movimenta em fast forward, acabando tudo numa bela noite de amor num hotel 5***** e acordando no dia seguinte com a maquilhagem e o cabelo perfeitos, com a camisa dele vestida e pequeno almoço na cama.
Mas não. Ele saiu e deve ter ido comer um belo de um Double Big Mac enquanto eu continuei no metro, saí em Times Square, corri até ao hotel, vesti o pijaminha e deitei-me quase em hipotermia agarradinha à minha amiga para ver se aquecia, para acordar no dia seguinte toda desgrenhada, com a maquilhagem por tirar, a roupa espalhada no chão e uma dor de cabeça de fugir.
E vocês, que cenas (quase) à filme já protagonizaram? Quero saber todas as hstórias, não posso ser sempre eu a contar tudo.
10 comentários:
Opá, não é de filme, mas aqui há meio ano, no centro comercial, eu e uma rapariga assim mais ou menos da minha idade, uma troca de olhares que durou, sem exagero, mais de 30 segundos... Surreal!
Adorei! De filme mesmo! ;)*
Gostava de saber o desfecho caso ele tivesse ficado ou tu tivesses ido atrás dele...:)
Curiosamente, tenho uma semelhante. Foi na passagem de ano do ano passado, em Nova Iorque. Tinha estado com um grupo de conhecidos, que entretanto se foi desfazendo (uns foram para outra festa, outros devem ter ido dormir, yada yada yada). Já estava farto daquela seca, odeio fingir que gosto de dançar e que me estou a divertir, quando um amigo me telefonou para ir ter com ele a Penn Station. Sempre pela linha vermelha em direcção ao norte, até Penn Station. Era tarde, tinha fome e tinha bebido demais. Sei que encontrei uma rapariga simpática, devia ser francesa ou italiana, não era americana acho eu, que me ofereceu um chocolate. Já não me apetecia sair. Acho que roubou o chocolate a uma amiga. Ou então roubaram as duas o chocolate. Não me lembro. Chegamos à 34 / Penn Station. Tentei ler-lhe o pensamento, mas nada. Era tarde. Saí.
Não fosse o gajo ser mesmo estrangeiro e até acreditava. Ou não ;)
Se disseres sempre que não acreditas, deixo de comentar. ps. reparaste no que "ele" trazia calçado?
Não... mas na outra extremidade do corpo trazia um gorro.
Tenho uma história para comentar. ERa noite de carnaval em Colónia, Alemanha. Eu estava com uma cabeleira à Bob Marley, com umas rastas enormes e a cara meio besuntada com uma cor castanha. Tinha dormido 2 horas e feito uma viagem de comboio de 3 horas de manhãzinha juntamente com 5 amigos portugueses. Estava péssima resumindo;) Mas feliz!
Fomos ter com uns amigos de uma amiga minha alemã, e qual não foi o nosso espanto quando encontramos um grupo de alemães altos e bem simpáticos, também todos mascarados!
Um deles captou a minha atenção, era o pirata das Caraíbas mais giro que o Johny Depp. Fomos todos para um bar a abarrotar dançar, cheio de alemães vestidos de ursinhos, fadas, insectos e outros que tal...
Às tantas as minhas amigas empurram-me para cima dele quando ele ia a sair do bar, e ele pergunta se quero ir a casa dele buscar uma máquina fotográfica. Hesitei mas pensei que se dane. Estava frio e eu tremia pela rua. Quando chegámos ele foi buscar a máquina e tirou-me algumas fotografias a preto e branco. Só à minha cara, não pensem coisas!
Voltámos para o bar, meio intimidados com a situação e a atração crescente entre nós, parámos um quiosque e ele comprou uma garrafinha de aguardente e ofereceu-me um bocadinho. Voltámos e ele deixou de falar comigo. Um pouco triste sentei-me por causa do cansaço. Ele apareceu, sentou-se e disse-me que sentia o mesmo que eu e beijou-me sem mais hesitações.
Resultado da noite: ele ofereceu a casa dele para eu e os meus amigos dormirmos, e acabámos todos os 6 portugueses enfiados numa cama que tinha um colchão enorme a dormir. Estava muito cansada e portanto nem pensei duas vezes em ir dormir. Ele voltou para uma festa. A meio da noite ouvi a voz dele a desejar-me boa noite e ele foi lá tapar-nos com umas mantas e cobertores, a todos nós os seis. Por medo e cobardia fingi que continuava a dormir. De manhã acordámos cedo, ele dormia noutro quarto da casa, e eu queria dizer-lhe adeus. Mas aquilo era uma casa enorme com muitos quartos, estilo residência e eu não sabia qual era o dele!
Ainda abri lá umas portas mas não sabia...
Viemos embora e nunca mais o vi, voltámos para Estugarda e ele permaneceu em Colónia.
Mas guardo uma linda recordação de um belo pirata das Caraíbas!
Hummm... deixa-me ver...
O que tenho mais parecido a um filme foi uma troca e e mails estritamente profissionais com um gajo que passado um ano conheci pessoalmente num evento. Foi estranho quando nos apresentaram e ficámos a olha um para o outro com sorrisos envergonhados.
Eu já fui autor de um "I don't want to leave" :)
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