quarta-feira, março 16, 2011

Vizinhança # 1 (já antevendo uma continuação)

Durante os últimos anos tenho tido a benção divina de ter um apartamento vazio ao lado do meu. Era o paraíso, música alto, cantorias, o sossego nocturno mas até agora nunca me tinha apercebido do quão abençoada era.

Recentemente o raio do apartamento foi ocupado [o drama! o horror!]. Tirando umas obritas de manhã (mas sempre à hora em que eu já estou acordada) e ouvir os barulhos normais de pessoas numa casa (o que também não me incomoda por aí além, até gosto de saber que está ali gente, caso me aconteça alguma coisa ou algum bandido me entre em casa) e uma tosse de tuberculoso de ambos, até agora o casalinho ainda não me tinha incomodado. Até agora, disse bem. Ultimamente os dois resolveram ouvir música de noite. Se até à meia noite não me afecta muito, já a partir dessa hora a coisa não ajuda muito às minhas horas de sono. Se na noite de domingo o disco era o do Moulin Rouge e eu até gosto dessa OST (embora não estivesse propriamente in the mood for Cooome what maaay, I will looove youuu), ontem puseram a tocar um jazz esquisito, uma mistura de vozes tipo Ella Fitzgerald e Etta James e charleston dos anos 30. Eu ainda tentei bater na parede, depois se os encontrasse no corredor inventava um namorado fictício e deitava as culpas para ele, mas nada, uma e meia da manhã e a música não parava. Talvez pudesse ser uma vingançazinha, a verdade é que há umas duas semanas nós também estivemos a ouvir música electrónica até às tantas, mais propriamente o set do Marco Carola no Love Family Park e Proton Radio, mas toda a gente sabe que para adormecer é muito melhor o tum tum tum ti tum tum tum tum ti tum do electro do que os ritmos frenéticos de um jazz manhoso.

E isto também me põe a pensar no que eles ouvirão da minha parte. Os berrinhos com o ipod nos ouvidos, as conversas na cama, os telefonemas, os "ai não acredito nisto" quando toca o despertador e muitas outras coisas...

Pois que até ao fim da semana vou ver quais serão os discos pedidos. Se a coisa continuar e perder minutos de sono à custa desta brincadeira, vão levar com death metal às 3h da manhã. Ou isso ou começo a procurar casa nova. Já só me faltava um incentivozinho assim.

16 comentários:

Rosa Cueca disse...

Desde que o meu vizinho de cima gay-alternativo-podia-sobreviver-de-raízes-e-música-Pan-Pipes me referiu que "se ouve tudo" ganhei um novo respeito pelo senhor.
Claro que se ele decide fazer obras e festas estranhas, eu também me reservo ao direito de assinalar a minha presença e do homem. Até agora convivemos pacificamente neste arranjo lol.

Mary disse...

A minha experiência no assunto diz-me que vais acabar a procurar casa nova.

Anónimo disse...

Enquanto não os ouvires nas intimidades, tudo bem. Eu não tenho essa sorte: http://osexoeagrandealface.blogspot.com/2011/03/cantora.html

RaquelM. disse...

Bem, eu moro no terceiro andar e consigo ouvir as discussões do casal que mora no primeiro andar. Dá-te por feliz de ser música e não de teres de ouvir os problemas conjugais de outras pessoas! xD

Trinca disse...

Bom, na realidade o cenário ideal é mesmo não ter vizinhos, mas tendo em conta que isso é praticamente impossível, uma tentativa de ir bater à porta e pedir educadamente que baixe o volume é sempre de ponderar.
Cá em casa temos dois tipos de vizinhos barulhentos... os queridos que adoram cinema e a esses basta dar um toque no telefone que ele já sabem e desfazem-se em mil desculpas, e depois à a solteirona casmurra e insuportável que vê SIC noticias às 5 da manhã, para essa só tenho três palavras, "chamar a policia".
Qualquer dia colo-lhe fita-cola na campanhia num domingo às seis da manhã!!!

Anónimo disse...

Prefiro jazz mesmo que seja manhoso a tum tum ti tum tum tum!

kiss me disse...

Teresa, eu estava a ser irónica na parte de ser mais fácil para adormecer. Aliás, para dormir, não gosto de música nenhuma.

Meio Palmo disse...

Faz um bolinho e oferece-lhes...
Resulta sempre!

kiss me disse...

Um bolinho com substâncias soníferas. É isso.

stantans disse...

eu concordo com a Trinca, nada como ir bater à porta e pedir para fazer menos barulho. às vezes as pessoas nem sabem que se consegue ouvir tanta coisa nos outros apartamentos (já me aconteceu).

já agora, não foste ver o Marco Carola ao Gare no Carnaval? (não sei, mas parto do princípio que és do Porto ou arredores)

kiss me disse...

Claro que se a situação se mantiver vou lá falar primeiro (aquela parte dod eath metal era só para criar drama ;). Até porque pode haver dias em que eu esteja tão pedrada que nem ouça nada.

Sim, sou do Porto e fui ver o rapaz ao Gare sim.

stantans disse...

não foi das melhores festas lá para mim, estava tanta gente e tanto calor que mal dava para uma pessoa se mexer!

Miss Piglet disse...

Que tal chamar a policia?! Não?

Pusinko disse...

Ou chama a polícia. O meu vizinho já foi passar 1 noite na ala psiquiátrica para aprender a responder aos agentes da autoridade. Isso e 1 multa de 1000 euros por obrigar a polícia, os bombeiros e aa ambulancia a levarem-no à força. Mas foi no estrangeiro esta multa. Desde então tem sido um bom menino.

Goldie Locks disse...

Voto no death metal as 3h da manha! :b

Xica Maria disse...

Eu não tenho vizinhos de cima e os do lado é como não existissem...nunca ouço nada.
Mas por 2 vezes na semana passada às 8h da manhã acordo com uma gritaria infernal do 2do andar (eu moro no r/c e estes apartamentos têm isolamento acústico). Na terceira vez que acontecer juro que vou colar um papel no elevador a dizer "Caros srs., eu não dei um BALÚRDIO por este apartamento para ouvir gritaria logo pela manhã, para isso ia para um bairro social. Obrigada e bom dia."