terça-feira, janeiro 15, 2013

O mito do "eu vou conseguir mudá-lo"

Acho que está na altura de todas nós nos convencermos que há certas coisas que, por mais que tentemos, não vamos conseguir mudar nos nossos homens. A saber:

1. A sua "concentration span". Começamos a contar uma história, eles estão muito atentos ao início, mas quando nos pomos com "e depois a Joana disse-lhe que ele estava a exagerar e ele respondeu que ela é que não devia ter feito aquilo e nesta altura chegou o Manel que contou que..." já eles se foram mentalmente. Nesta altura, já eles estão a pensar no golo do Portimonense contra o Paços de Ferreira, nos pneus do carro que se calhar precisam de ar, na bateria da mota, que precisa de ser carregada, nas mamas da do 2º esquerdo, em tudo menos na história "super interessante" que estamos a contar. Resumindo, tudo o que escape à premissa "aconteceu isto. ponto final" é-lhes impossível de acompanhar. Se estiverem em frente à TV é bem provável que nem isso consigam ouvir. (gosto muito quando falamos falamos e passados 10 minutos de nos termos calado é que eles perguntam "disseste alguma coisa?")

2. Javardice/ordinarice quando estão com os amigos: Os nossos homens até podem fazer tarefas domésticas, pôr roupa a secar, coser meias, saber o que é (ou até saber fazer) uma bavaroise, e até podem ser um poço de fidelidade, que ao pé dos amigos vão sempre comportar-se como verdadeiros machistas taradões. Vão dizer que lá em casa podem e mandam, que nunca fizeram uma máquina de roupa na vida (quando no fundo são eles que escolhem o amaciador e o cheiro do detergente quando vão ao supermercado), vão dizer que são os deuses do sexo e que ainda têm pedalada para fazer 10 vezes ao dia e vão dizer pormenorizadamente o que fariam se apanhassem a tal vizinha mamalhuda do 2º andar a jeito (quando na verdade nem uma palavra inteira conseguem balbuciar na sua presença).

3. O seu romantismo. Temos de ser realistas: há homens românticos e há homens que não são românticos. Ponto. Os primeiros, por desinteresse, falta de motivação, falta de reconhecimento, etc. ainda se podem tornar nos segundos, mas os segundos nunca se transformam nos primeiros. Eles até podem fazer um esforço quando nos queixamos que eles não são nada românticos, até podem organizar um jantar a dois à luz das velas para ir ao encontro das nossas expectativas (e enquanto eles o quiserem fazer já é muito bom) mas não esperem que passado um mês vos acorde com um beijo e digam "faz hoje um mês que tivemos aquela nossa saída especial". A verdade é que há aqueles que se lembram, passado um mês, passado um ano, que os há; mas se ele não for desses românticos natos, não adianta, que só lá vão com lembretes no telemóvel e provavelmente vão clicar no "cancelar" automaticamente sem sequer lerem.

Por isso, é melhor tirarmos os nossos cavalinhos da chuva que eles são como são e não há nada a fazer. 

(e a verdade é que muito provavelmente, se ele mudar e for exatamente como queremos - ou achamos que queremos - já não lhes vamos achar piadinha nenhuma, certo?)

10 comentários:

Mini Melga disse...

Na primeira parte parece que estas a descrever o meu marido... :)

Rainha disse...

ahahaha muito bom!
Eu até nem tenho problemas de maior ;)

Imperatriz Sissi disse...

É verdade, é mais fácil mudar DE homem do que mudar um homem...
Se não nos agrada, o remédio é procurar alguém mais compatível. Mas vá lá, as características descritas no post são perfeitamente toleráveis. O pior é quando os defeitos são graves e de raiz...
Quanto à concentração, creio que é um mito- há homens capazes de entrar em tantos detalhes numa história que uma pessoa fica de cabeça à roda e a berrar pelo poder de síntese...

Anónimo disse...

Agree!

Rosa Cueca disse...

Chamo pessoal atenção para o tipo de homem: homem-gaja.
Que consegue exceder a tipa mais chata, pormenorizada, remelosa e cola. Tudo num belo pacote de: não ligo a futebol, adoro tarefas domésticas e sou o cúmulo da organização e , por favor, continua a falar, adoro as nossas conversas de 4 horas nocturnas. (Foder que é bom, nada).

Anónimo disse...

Mudou-se alguém novo para o 2. esquerdo?

kiss me disse...

O exemplo do 2º esquerdo é meramente ilustrativo. Nem sei quem lá mora.

Rosa Cueca, agora é que disseste tudo!

Tsuri disse...

Muito bom! E o complemento da Rosa Cueca encerra a questão na perfeição.

Cynthia disse...

Será que namoro com uma homem q já foi mulher e não sei?? Lol, é que, ao ler o teu post, não revejo o meu mais-que-tudo nisso.

Ele ouve o que eu digo e já fiz o teste! Quantas e quantas vezes já lhe perguntei o q é q tinha dito e ele repete tudo, ahah.

O 2º ponto, bom... não sei como é ele sozinho com os amigos, mas já o vi com os amigos perto de mim. E quanto à parte de não fazer nada em casa, até já o ouvi dizer q fez isto ou aquilo de tarefas domésticas ao pé de amigos.

E é romântico! Mais q eu, até.

Óbvio q tem defeitos, q tem. Mas eu nem tento mudar... o q falaste são exemplos, mas existem outros e, na essência do q disseste, é a mesma coisa, tentar mudá-los é um mito.

Ricardo disse...

Ou muito me engano ou logo alguém vai bater à porta do 2º esquerdo :)