quarta-feira, outubro 17, 2012

Ida à manicure (ou ida ao inferno e voltar)

Ir à manicure tornou-se uma aventura. Durante anos, preferi arranjar as minhas unhinhas em casa, mudar de cor quando bem me apetecesse e não gastar um tostão. Aqui há uns dois meses descobri o verniz de gel (não confundir com unhas de gel, que essa coisa é medonha), que é um verniz normal mas com um componente qualquer que o torna mais resistente depois de meter as mãos num forninho, dando às unhas um ar natural (mas cuidado) e não aquele ar de travesti das unhas de gel.

Nas primeiras vezes que pintei com esse verniz de gel foi num cabeleireiro "chique" aqui ao lado da empresa e a coisa correu normalmente. Menina simpática, discreta, faz o seu trabalho, pago e vou embora. Acontece que ela resolveu ir de férias no momento exato em que eu precisava dela e eu tive de ir procurar alternativas. Escolhi o sítio que me dava mais jeito e lá fui. 

A coisa começou logo bem, quando chego, olho para as mãos das duas que lá estavam e todas elas eram unhas de gel com florzinhas e brilhantes. Vi a minha vida a andar para trás e imaginei-me a sair de lá com umas unhacas de 5 cms cheias de purpurinas. Pensei momentaneamente em fugir mas ganhei coragem e fiquei. A escolha de cores foi um tormento. Quando disse que queria um castanho ou bordeau escuro olharam para mim aterrorizadas pela minha escolha tão "normal" e começaram a impingir-me todo um leque de cores desde roxo a cor de laranja, todos com brilhos. Escolhi a cor mais "normal" que lá havia, um vermelho básico, sem brilhos, sem ser nacarado, sem purpurinas, sem nada e deram início ao processo, achando eu que a partir desse momento ia ter paz.

No entanto, todo o processo foi uma tortura. Enquanto uma tratava de mim a outra passeava pelo Facebook, a página escancarada à minha frente e sempre rir e a chamar a colega para olhar para lá, olha que cãozinho tão giro, olha que imagem tão engraçada e eu a vê-la, de alicate nas minhas cutículas, a olhar para trás mas a continuar a fazer o serviço e eu a rezar para não me arrancar um naco. Saí de lá ilesa, caso estejam preocupados. Nesses 40 minutos fiquei também a saber que o Vítor Baía fazia 43 anos, que uma delas o achava um gato e a outra velho demais; que uma delas sempre que vai à rua com o pai acham que é o namorado; que a que acha que o Vítor Baía é velho demais, acha piada ao Clooney e que esse já não é velho para ela (acho que 51 é mais velho que 43 mas se calhar sou eu que não sei fazer contas); que o legume preferido de uma delas é pêssego (sim, o legume!) e que o segurança do shopping é manco.

Como veem, foi toda uma experiência traumática mas felizmente sobrevivi sem grandes lesões cerebrais. Acho que a partir de agora vou voltar a arranjar as mãos em casa, o meu coração de 30 anos já não aguenta tanto stress.



10 comentários:

S* disse...

Quero experimentar esse verniz de gel, eficaz e discreto... mas se é para passar por esse massacre, passo!

Imperatriz Sissi disse...

Não suporto a instituição da manicure e sempre fui adepta do do-it-yourself que, para quem como nós detesta fantasias nas unhas, serve lindamente. Por razões várias, e porque uma senhora cá de casa não mantém o verniz comum nem por nada, estou a considerar comprar o forninho e os utensílios para fazer o gel em casa. Existem a partir de 50 euros (o que se gasta em meia dúzia de idas ao salão) e uma pessoa poupa-se a tanto disparate...

kiss me disse...

S* não te deixes influenciar, o verniz de gel é uma coisa mágica para quem, como eu, passados dois dias de pintar já tinha as unhas lascadas.

Imperatriz, estou a pensar fazer exatamente o mesmo. Já vi forninhos à venda por 59 euros.

Paula disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paula disse...

Como conheço este tipo de situação! Por causa de uma destas, voltei a arranjar em casa: http://vidademulheraos40.blogspot.pt/2012/05/crise-qual-crise.html
Dá mais trabalho, mas poupo dinheiro e tenho mais paz!

IPS disse...

Em relação à aventura realmente não duvido nada do pânico de ver alguém com um alicate perto de nós e com os olhos em Santa Apolónia. Sei que o "gelinho" ou verniz de gel foi mesmo uma coisa maravilhosa que inventaram agora!

Quanto às unhas de gel, não concordo de todo. Eu faço unhas de gel e ninguém percebe a menos que eu diga, porque sinceramente não sou muito dada a brilhantes e unhas de 10 cm que nem agarrar uma caneta consegues. Mas o facto é que se forem bem feitas e de qualidade ninguém percebe e têm a mesma qualidade que o gelinho ou as unhas normais, com a diferença que estas não consigo roer, que era o meu verdadeiro problema com o verniz normal. Isso e a extrema falta de capacidade de fazer seja o que for com a mão esquerda!

Mas pronto, vim cá cuscar e comentar só por causa disso :p é muito giro o blog, já me ri bem aqui (:

Filipa disse...

É por isso que Faço a minha própria manicure para evitar esse tipo de situações...

Http://styleloveandsushi.blogspot.com

Sexinho disse...

Mas lá que foi animado, foi!
Eheheheheheheh

Rosa Cueca disse...

Era o que eu dizia há dias, é um verdadeiro teste de fogo ir à manicura. Eu cá arranjo em casa, não quero saber de gel nem gelinho (que acho o nome ridículo...) lol

Juanna disse...

Eu só não arranjo na manicure porque aqui em Madrid as manicures são péssimas. Mas más mesmo, tipo cobram 12 euros (DOZE!) e nem as cutículas retiram. Mas quando vou a Lisboa não resisto a ir à minha querida Zenilde, uma senhora brasileira de mãos mágicas, atenta, cuidadosa e maravilhosa. E são 5 euros, não 12. Bolas.