segunda-feira, janeiro 31, 2011

Amores


Imagem roubada daqui (não conhecem a Maria? Então e o gato? E sabem que eles querem ir para Bruges, não sabem? Então ajudem e divulguem, que eles bem merecem!!)

Isto dos amores, das paixões, dos interesses é uma coisa mesmo estranha. Toda a gente tem uma ideia de uma série de características que gosta(ria) que a outra pessoa fosse ou tivesse mas depois vai-se a ver e na hora H apaixonamo-nos por um sorriso, por um olhar, e quando descobrimos que a personalidade não corresponde ao que sonhamos, muitas vezes já o caldo está entornado e já o nosso coração palpita mais rápido.

A última pessoa de quem gostei era muito diferente de mim. Em coisas grandes e em coisas pequenas. Eu queria sol, ele queria neve. Eu queria jantar fora, ele queria jantar em casa. Ele queria noite e copos e eu, que também gosto de noite (e não tanto de copos) não queria sair todo o santo fim de semana. Eu trabalhava oito (oito, quem me dera!) horas por dia, ele vivia do subsídio de desemprego, não trabalhava e não fazia intenções disso. A única coisa que queria era surfar de manhã, de tarde e à noite e as férias de sonho eram ir para o Alentejo, fazer o quê, adivinhem lá? Surfar! Eu queria ganhar dinheiro, conhecer o  mundo. Ele queria ondas e isso chegava-lhe. Eu queria actividade, ambição, objectivos. Ele queria ir andando, acreditar que uma cunha qualquer lhe ia aparecer do céu com um emprego de sonho e aproveitar enquanto o governo lhe pagava o subsídio sem sequer uma candidatura enviar. Eu queria ser adulta, ele queria ser criança. E mesmo assim eu gostava dele. Gostava de rir com ele, gostava de dormir amarrada a ele, gostava de estar ao lado dele, gostava de o abraçar.

Agora que as coisas acabaram há uns meses (largos) olho para trás e pergunto onde é que eu estava com a cabeça. Olho para trás e penso que ele não tem ponta por onde se lhe pegue. Penso que nunca teria resultado, que mais cedo ou mais tarde eu iria fartar-me, irritar-me, dar-lhe um safanão e dizer oh meu menino, ou fazes alguma coisa da tua vidinha ou esquece lá que eu existo.

Depois aparecem-nos aquelas pessoas que são tudo que sempre quisemos. Que, se tivessemos uma checklist, teriam 99% dos itens marcados. E que, mesmo assim, não nos dizem nada, não nos fazem tremer, não nos fazem ter saudades, não nos fazem querer beijá-lo a toda a hora nem nos põem um sorriso na cara só de pensar nele.

Já tinha este texto aqui escrito há uns meses mas a imagem de hoje da Maria fez-me ir buscá-lo aos rascunhos (a Maria, sabem, aquela que quer muito ir para Bruges com o seu gato. Aquela que está a vender o recheio da sua casa para perseguir um sonho, sabem? E se isto não é o maior exemplo de força de vontade - ao contrário do menino que descrevo acima - então, raios, não sei o que será!).

Tudo isto para dizer que o ser humano é um bicho complicado e isto, meus amigos, às vezes é uma merda.

13 comentários:

Salvador disse...

O Amor não se explica. É o mais irracional e instintivo dos sentimentos e sente-se, apenas e só.

Um bom dia ))

Alice disse...

Não podia concordar mais.

Maria disse...

Kiss

Obrigada pelo carinho. Bj


* A foto não é minha. Mas daí. Da Internet.

:)

Ana disse...

Eu também acho que é uma merda as coisas serem tão complicadas... no entanto, continuamos atrás dele, do amor! ;)

Cynthia disse...

Oh oh, a quem o dizes! Ando com uma dor de cabeça permanente por causa disso ;)

Me,myself & I! disse...

"O amor tem razões que a própria razão desconhece".
Acho que nunca ninguém o colocou tão bem por palavras...

Pequenina* disse...

True Story, the one and only!

Merenwen disse...

Era tão bom se pudéssemos escolher as pessoas pelas quais nos apaixonamos, pelas quais sentimos aquele frio na barriga...

Bohemian disse...

Top!

Cláudia M. disse...

É que é mesmo uma merda :s
O amor é algo estranho e complicado. "Os opostos atraem-se", não é?

Anónimo disse...

Frequentemente comento com amigos sobre alguma menina que está louca de amores pelo "homem errado".
Claro que também há homens assim, e não é uma questão de machismo. Mas, as meninas são muito mais propensas a estas histórias(conturbadas) de amor.

Quantos casos eu conheço, em que elas se apaixonam loucamente por um Zézé, e ele apenas quer dar umas voltas, ou falando directamente - ele só quer umas valentes noites de sexo. Digo noite de uma forma empírica, porque na verdade depois de acabar o sexo ele só quer que ela desapareça da cama. A famosa Queca Mágica ( estala-se os dedos e...) : DESAPARECEEE
Mas, devido à sua "cegueira" amorosa, as senhoras, não consegue ver o que todos vêem. Pelo menos os amigos homens.

Mas por outro lado, o amor é algo que não se controla ou planeia, é algo que acontece sorrateiramente e de repente.É como o nevoeiro. De repente já estamos no meio dele. Por isso, quando nos apercebemos já estamos dentro dessa agradável e louca ratoeira. Mas numa coisa teremos de ser frontais.Somos nós que escolhemos o nosso caminho e esse nós poderemos controlá-lo. Antes de nos envolvermos com essa pessoa devemos de tentar perceber quem ele é, o que pensa, a sua história, etc.
E eu já sei que me vão dizer que as coisas não funcionam assim, e que esta é uma forma fria de ver as coisas. Até pode ser. Mas não será a forma realista ? Possivelmente não irão ter 10 namorados em dois anos. Provavelmente vão passar uns meses ou anos sozinhas. Mas paciência, o mundo não é perfeito!

Conhecem a Broken windows theory ?(http://en.wikipedia.org/wiki/Broken_windows_theory)

Adaptem esta teoria ao amor e tirem as vossas conclusões. :) heheh

Desculpem-me a frontalidade, mas é o que penso!

Paulo

Li disse...

Infelizmente é mesmo como dizes....

Complicado a sério e vemo-os em situações que nunca pensaríamos... com sentimentos que nem imaginámos, porque nunca sonhámos.......

Anónimo disse...

Adorei o post, revi-me perfeitamente nele. Talvez queiras acompanhar algumas coisas que ando a escrever, ainda vai muito no início, mas trocando impressões talvez consigamos perceber o que se passa com o mundo, connosco, com eles.
Vou adicionar O Beijo Na Boca aos favoritos, só podia!